segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sociedade

O Fetichismo em Augusto Comte e em Karl Marx
No desenvolvimento do espírito humano, Comte admite uma lei fundamental que recebe o nome de lei dos três estados, ou modo de pensar, que é a base de sua explicação da História. Temos então:

1º Estado) corresponde ao mundo teológico-fictício e apresenta diferentes fases: fetichismo, politeísmo e monoteismo. Aqui, o espírito humano explica os fenômenos por meio de vontades transcendentais ou agentes sobrenaturais. O ser humano explica a realidade apelando para entidades supranaturais (ou simplesmente "deuses"), na busca de respostas às questões como: de onde viemos e para onde vamos, para além disso, buscando-se o absoluto.
2º Estado) corresponde ao mundo metafísico-abstrato, onde os fenômenos são explicados por meio de forças ou entidades ocultas e abstratas, como por exemplo, o princípio vital. É um período transitório entre a teologia e a positividade. No lugar de deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: o éter, o povo, etc. Mantém a mesma preocupação em responder a questões como de onde viemos e para onde vamos, procurando o absoluto.
3º Estado) por fim, corresponde ao mundo positivo-científico. Aqui os fenômenos passam a ser explicados e subordinados às leis experimentalmente demonstradas. Trata-se de uma etapa final e definitiva, não se buscando mais o porque de todas as coisas. A preocupação agora é o como, com as leis naturais, isto é, rrlações constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação está subordinada à observação buscando-se apenas o que é relativo.
O dogma central no qual está baseada a Religião da Humanidade e a filosofia positivista é a conhecida "Lei dos três Estados" que tem o seguinte enunciado: "Toda a concepção humana passa por três estados: teológico, metafísico e positivo, em uma velocidade proporcional a generalidade dos fenômenos correspondentes", ou seja, todas as concepções do espírito humano desenvolvem-se através de três fases distintas: a teológica, a metafísica e a positiva.
No estado teológico a imaginação desempenha um papel primordial. Diante da diversidade da natureza, o homem só consegue explicá-la mediante a crença na intervenção de seres sobrenaturais. O mundo torna-se compreensível através das idéias de deuses e espíritos. O homem, nesse estágio de desenvolvimento, acredita ter posse absoluta do conhecimento.
Apresenta-se, então, dividido em quatro períodos sucessivos: o fetichismo (ou "feiticismo", a astrolatria, o politeísmo e o monoteísmo. No fetichismo, uma vida semelhante à do homem é atribuída aos seres naturais. A astrolatria consiste na adoração dos astros, ou seja, das "estrelas", da Lua e do Sol. O politeísmo esvazia os seres naturais de suas vidas animíacas e atribui a animação desses seres não a si mesmos, mas a outros seres, invisíveis e habitantes de um mundo sobrenatural chamados "deuses". No monoteísmo o homem reúne todas as divindades em uma só.
Na concepção de Comte, todas as ciências passam pelos dois primeiros estados e só se constituem enquanto tal quando chegam ao terceiro.
Na teoria comtiana, o fetichismo corresponde à primeira etapa do estado teológico. Na teologia, segundo Comte, as concepções humanas referem-se a entidades supranaturais, buscando conceitos e respostas absolutos. O fetichismo, especificamente, atribui características antropomórficas a todos os seres, isto é, todos os seres (vivos ou não) são percebidos como vivos e dotados de vontade.

FETICHISMO NA TEORIA MARXISTA

Na teoria marxista, o fetichismo é o processo pelo qual a mercadoria, no capitalismo, um ser inanimado, passa a ser considerado como se tivesse vida. As relações sociais deixam de ocorrer entre indivíduos, mediadas pela mercadoria, mas tornam-se relações meramente entre as próprias mercadorias, sendo os seres humanos meros intermediários no processo econômico geral. Com isso ocorre a desumanização do ser humano no capitalismo, com a ilusão de que não há relações humanas (ou seja, relações sociais) no que se refere à mercadoria.

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